quinta-feira, 17 de março de 2011

Debate - Conjuntura Política no Oriente Médio



REUNIÃO-DEBATE PREPARATÓRIA
(do 3º ENCONTRO NACIONAL DE DIÁLOGO PETISTA, em 2 de Abril em São Paulo)

DEBATE: OS PROCESSOS EM CURSO NA TUNÍSIA, EGITO, LÍBIA... E SUAS REPERCUSSÕES A NÍVEL MUNDIAL.

(Presente na mesa, como convidado: o deputado Federal Fernando Ferro, do PT-PE, que integrou a delegação brasileira à Conferência Mundial Contra a Guerra e a Exploração, realizada em novembro de 2010, na Argélia)

DATA: 17 de março (quinta-feira)
LOCAL: Auditório do Sintrajuf (Rua do Pombal, 52 – Santo Amaro)

HORÀRIO: 19 horas

Convocam esta Reunião-Debate: Fernando Nascimento (PT-Recife), Fábio Barros (Vereador PT-Paulista), Edmilson Menezes (PT-Recife) e Vinícius Carvalho (DR-PT/PE).



terça-feira, 15 de março de 2011

Por um ambiente livre para o fumo (Maconha x Capitalismo)

Muitas pessoas que escrevem sobre legalização da maconha, ou mesmo relatos históricos, apontam que os motivos para sua proibição teve motivação econômica e política, nos EUA e Europa entre os anos 20 e 30. Na Holanda foi reconhecida como droga leve e liberada na década de 70.

Das drogas legalizadas, o álcool está relacionado a maioria dos crimes e acidentes letais, e o cigarro causa uma dependência quase crônica, tanto que as indústrias tabagistas consideram como clientes, ex-fumantes com até 10 anos de abstnência. Essas duas drogas clássicas que estão em qualquer esquina, estão nas propagandas esportivas  ( http://viniciuscarvalhomagalhaes.blogspot.com/2010/12/vai-uma-cervejinha-que-bola-fora.html ), em eventos culturais, nas mesas de bares, nos supermercados, são muito mais nocivas pra sociedade. Essa é a primeira grande contradição.

Da fibra da sua planta, do seu princípio ativo, a maconha pode e serve como matéria prima para uma infinidade de sub produtos, que vão de roupas à medicamentos para tratamento de câncer, por exemplo. Imagine o potencial econômico disso, as cadeias produtivas que poderiam ser movimentadas, imagine o quanto poderia se desenvolver uma região como o Nordeste, gerando emprego e renda.

Tem um argumento fascista que diz que quem consome maconha alimenta o tráfico. Tecnicamente isso é óbvio. Assim como é óbvio que se sua comercialização fosse legalizada, como diz Chico Buarque - "Maconha só se comprava na tabacaria, drogas na drogaria" http://letras.terra.com.br/chico-buarque/535176/

Mães no seu conhecimento empírico, com a epidemia do crack, usam maconha como atenuante para evitar que seus filhos inveredem por um caminho muito mais sinistro. O crack é um produto sintético misturado com gasolina ou querozene que é fabricado em larga escala, com preço baixo, que causa dependência num tempo muito curto. 

O mais grave é observar que a proibição da maconha persiste por questões do capitalismo selvagem. Por trás dessa proibição existe um enorme filão de mercado que se  relaciona com o tráfico de armas, de outras drogas, que têm sua força de trabalho nas favelas, que recruta adolescentes encantados com a possibilidade de exercer poder em territórios com poucas perspectivas. Tem muito interesse em jogo. 

O termo maconheiro é sinônimo de marginal. Mas quantos são os professores, médicos, artistas, políticos, jornalistas, advogados que fazem uso? Você conhece alguém. Na maioria dos casos, essas pessoas não se expõem pra não serem estigmatizadas, rotuladas de maconheiras, ou simplesmente falta coragem de enfrentar o debate.

Amsterdam (http://www.iamsterdam.com/), capital da Holanda, é referência de cultura, tecnologia, de direitos humanos desenvolvimento e os índices de violência simplesmente não alteraram com a legalização. Aí vem os pessimistas de plantão dizendo que o Brasil não tem maturidade para essa transição. Será que são os mesmos que defenderam a ditadura, que foram contra Lula, descrentes do Nordeste, da Copa do Mundo, das Olimpíadas, do cinema.

Há pouco mais de 10 anos prenderam os integrantes da Planet Hemp por apologia http://super.abril.com.br/cultura/planet-hemp-parada-forte-445262.shtml. Em alguns estados do nosso país não é permitido sequer a livre manifestação para questionar a legislação vigente. A liberdade de expressão tem que ser garantida em quaisquer circunstâncias.

Felizmente tem avançado em alguns aspectos. Políticas Públicas de Saúde que tratam sem discriminação usuários. Cada vez mais políticos, artistas, jornalistas, juízes se manifestam em favor sem temer o ônus desse enfrentamento. E sobretudo com a organização da população em favelas e a implementação de políticas de distribuição de renda - como o Bolsa Família - e programas de formação - como o Pronasci - permitem outras possibilidades de formação e sonho da juventude nas periferias.

Basta de Hipocrisia! Esse tema não é de interesse de usuários apenas, é de interesse coletivo e tem que ser refletido de forma séria sobre todos os seus aspectos. Para uma sociedade mais leve, um ambiente livre para o fumo!




sexta-feira, 11 de março de 2011

Em busca da fantasia perfeita

Eu e Kozmhinsky planejamos sair fantasiados no Carnaval desde o ano passado. Evidente que passou o ano todo e não resolvemos. Vimos algumas vitrines de longe, debatemos algumas idéias e nada. Chegou o Baile Municipal, na véspera não tínhamos coisa alguma.

- Mô, amanhã é o Baile. Precisamos resolver, eu disse.
-Não vamos achar, mas vamos tentar. Que tal de mafioso, eu tenho essa saia, você essa calça preta e o charuto, temos blusas brancas, só falta chapéu e suspensórios, respondeu ela.
Já era de noite.
- Vamos no Paço, falei.
Chegamos. Fomos num quiosque e compramos fitas de cetim que serviriam de suspensório. Na Rua do Bom Jesus, compramos dois chapéus pretos. Aproveitamos e também adquirimos uma blusa e um vestido de chita. Voltamos pra casa...
Vestimos as "fantasias" de mafiosos e não gostamos, ficou péssimo (mais a minha). Resolvemos então ir com as roupas de chita, fiz a barba e saímos frustrados no começo, mas depois felizes. Natália, como referência de moda, influenciou outras quatro pessoas a irem com o mesmo tipo de tecido.

Semana-pré e nenhuma nova providência.

Na véspera de Galo, fomos na Avesso, mas tinha acabado as fantasias, na Farm idem. Procuramos em barracas...nada de interessante. Entramos em outras duas lojas e só encontramos coisas caras e sem graça.

Nisso era sexta 18h, nenhum adereço.

Natália:
- Vamo na galeria Joana D'arc tem uma loja lá.

A loja havia fechado, insistimos.

Natália:
- Moça, deixa a gente olhar.
- Fechamos.
- Por favor.
- Tá. Bem rapidinho.

Entramos

Belíssimas fantasias, bem acabdas, ótimos tecidos, de todos os personagens.

-Moça, essa de Peter Pan tá quanto?, perguntei.
- 60 Reais, ela respondeu.
- Tem Sininho?
- Tem.
- Mô, vamos provar. Tá ótimo o preço.
.
E olhamos em quinze minutos 3 ou 4 pares de fantasias, de Mímico, Princesa... Adoramos.

Eu:
-Quanto é essa cartola? Só a cartola.

Vendedora:
-30 reais.

Eu:
- Só?! Eu quero. E essa bermuda, pode comprar separada?

Vendedora:
- Senhor, aqui é só pra alugar.

- Só pra alugar? PQP, como a gente é besta.

A essa altura, já tínhamos decidido que íamos nos endividar e comprar pelo menos três fantasias cada um.

Tristeza. Resolvemos só levar a de Pierrot e Colombina. Era tudo muito bonito e os tons eram em amarelo e vermelho. Perfeita para o Acho é Pouco, pensamos.

Sábado de Zé Pereira, já havíamos desistido do Galo. Decidimos ir pra Olinda. Quando vestimos nossa bela fantasia, mudamos de ideia: que calor era aquele, insuportável!

Apesar do calor, gostamos da ideia da fantasia e num quiosque de costureiras no Recife Antigo encomendamos um outro par de Pierrot e Colombina, só que preto e branco, tiramos as medidas e marcamos pra pegar no dia seguinte
 
Resolvemos ir só para o Recife Antigo usar as fantasias alugadas, mas logo que eu vesti desisti por conta do calor. Só usei a calça. Natália foi com o traje completo. Tentou fazer uma maquiagem em mim, mas ficou péssimo. Depois de várias tentativas, lavei o rosto. Natália resistiu com a fantasia, mas a roupa incomodou muito ela por toda noite. Andamos por vários pontos até que no Pólo das Fantasias (Praça do Arsenal), eis que surge um casal com um forte sotaque sertanejo:

O cara nem disse boa noite e já saiu emendando um:
- Que Fantasia é essa?

Eu:
- Colombina e Pierrot (pela metade).

A mulher do cara respondeu: - eu sabia.

O cara retrucou:
-Oxe! Pensei que fosse daquele desenho do coelho.

Natália:
- Hã? Que desenho do coelho?

O cara:
- Aquele que tem a menina.

Eu:
- Perna Longa?

Natália:
- Alice?

O cara: É Alice.

E caímos na gargalhada. Foi esse o primeiro e único reconhecimento da nossa fantasia.

Na segunda, conseguimos buscar as roupas na costureira. Quando chegamos em casa provamos. A minha ficou na medida, a de Natália não. Cabiam três dela dentro. Terrível!

Na terça, resolvi usar apenas a bermuda quadriculada da minha fantasia e um chapéu de "sambista da Mangueira" (verde com uma fita rosa).  Natália fez uma composição linda, mas abstrata. Fomos encontrar com a minha mãe e paramos pra almoçar no Pina. Quando saímos, percebi que a mala estava aberta. Parei o carro e desci, quando fechei o vento forte arrancou o chapeu da minha cabeça e ele correu em velocidade por entre os carros de forma que não podemos recuperar. Na mesma noite, Natália também perdeu um de seus adereços.

Fim da terça-feira e da nossa saga em prol das fantasias carnavalescas. Nos aguardem no próximo ano, vai ser tudo bem planejado e mais barato. Será?


Mais foliões e menos fantasias

Que o carnaval do Recife cresceu muito nos últimos dez anos todo mundo sabe. Houve descentralização, centenas de orquestras em atividade, dezenas de palcos, a ocupação do Bairro do Recife. O carnaval da capital praticamente estava minguando, nesse ano o que mais me chamou atenção foi a sensação de segurança e a presença das crianças nas ruas.

Entretanto, com tantos avanços, observo uma característica negativa: o hábito de usar fantasias no Recife tem perdido força. É nítido que o público jovem tem outras formas de apresentação que inclui no máximo um ou outro adereço. O que pode estar influenciando é o formato de show, apresentações de palco e menos de chão, menos de "gréia", além do que grande parte dessa "plateia" não deve ter participado do carnaval em Olinda ou de bailes.

Evento contemplativo é bom, mas o melhor é quando o povo se organiza com seu espontaneismo e faz a brincadeira de momento que em tantos casos vira tradição.