terça-feira, 15 de março de 2011

Por um ambiente livre para o fumo (Maconha x Capitalismo)

Muitas pessoas que escrevem sobre legalização da maconha, ou mesmo relatos históricos, apontam que os motivos para sua proibição teve motivação econômica e política, nos EUA e Europa entre os anos 20 e 30. Na Holanda foi reconhecida como droga leve e liberada na década de 70.

Das drogas legalizadas, o álcool está relacionado a maioria dos crimes e acidentes letais, e o cigarro causa uma dependência quase crônica, tanto que as indústrias tabagistas consideram como clientes, ex-fumantes com até 10 anos de abstnência. Essas duas drogas clássicas que estão em qualquer esquina, estão nas propagandas esportivas  ( http://viniciuscarvalhomagalhaes.blogspot.com/2010/12/vai-uma-cervejinha-que-bola-fora.html ), em eventos culturais, nas mesas de bares, nos supermercados, são muito mais nocivas pra sociedade. Essa é a primeira grande contradição.

Da fibra da sua planta, do seu princípio ativo, a maconha pode e serve como matéria prima para uma infinidade de sub produtos, que vão de roupas à medicamentos para tratamento de câncer, por exemplo. Imagine o potencial econômico disso, as cadeias produtivas que poderiam ser movimentadas, imagine o quanto poderia se desenvolver uma região como o Nordeste, gerando emprego e renda.

Tem um argumento fascista que diz que quem consome maconha alimenta o tráfico. Tecnicamente isso é óbvio. Assim como é óbvio que se sua comercialização fosse legalizada, como diz Chico Buarque - "Maconha só se comprava na tabacaria, drogas na drogaria" http://letras.terra.com.br/chico-buarque/535176/

Mães no seu conhecimento empírico, com a epidemia do crack, usam maconha como atenuante para evitar que seus filhos inveredem por um caminho muito mais sinistro. O crack é um produto sintético misturado com gasolina ou querozene que é fabricado em larga escala, com preço baixo, que causa dependência num tempo muito curto. 

O mais grave é observar que a proibição da maconha persiste por questões do capitalismo selvagem. Por trás dessa proibição existe um enorme filão de mercado que se  relaciona com o tráfico de armas, de outras drogas, que têm sua força de trabalho nas favelas, que recruta adolescentes encantados com a possibilidade de exercer poder em territórios com poucas perspectivas. Tem muito interesse em jogo. 

O termo maconheiro é sinônimo de marginal. Mas quantos são os professores, médicos, artistas, políticos, jornalistas, advogados que fazem uso? Você conhece alguém. Na maioria dos casos, essas pessoas não se expõem pra não serem estigmatizadas, rotuladas de maconheiras, ou simplesmente falta coragem de enfrentar o debate.

Amsterdam (http://www.iamsterdam.com/), capital da Holanda, é referência de cultura, tecnologia, de direitos humanos desenvolvimento e os índices de violência simplesmente não alteraram com a legalização. Aí vem os pessimistas de plantão dizendo que o Brasil não tem maturidade para essa transição. Será que são os mesmos que defenderam a ditadura, que foram contra Lula, descrentes do Nordeste, da Copa do Mundo, das Olimpíadas, do cinema.

Há pouco mais de 10 anos prenderam os integrantes da Planet Hemp por apologia http://super.abril.com.br/cultura/planet-hemp-parada-forte-445262.shtml. Em alguns estados do nosso país não é permitido sequer a livre manifestação para questionar a legislação vigente. A liberdade de expressão tem que ser garantida em quaisquer circunstâncias.

Felizmente tem avançado em alguns aspectos. Políticas Públicas de Saúde que tratam sem discriminação usuários. Cada vez mais políticos, artistas, jornalistas, juízes se manifestam em favor sem temer o ônus desse enfrentamento. E sobretudo com a organização da população em favelas e a implementação de políticas de distribuição de renda - como o Bolsa Família - e programas de formação - como o Pronasci - permitem outras possibilidades de formação e sonho da juventude nas periferias.

Basta de Hipocrisia! Esse tema não é de interesse de usuários apenas, é de interesse coletivo e tem que ser refletido de forma séria sobre todos os seus aspectos. Para uma sociedade mais leve, um ambiente livre para o fumo!