quarta-feira, 20 de abril de 2011

Terraço vira Palco do Coco de Roda


Ainda não havia escurecido quando nas margens da Rodovia Paulo Petribu, no Terreiro Sítio de Seu Guerra, o locutor anunciou a abertura do Primeiro Encontro de Coco de Roda da Mata Norte, dentro da programação do Festival da Mata Norte promovido pela Secretaria de Cultura do Estado, em Lagoa de Itaenga, no sábado 09 de abril.
Num terraço cercado de 60m2, coberto com telha, foi onde aconteceu a “Roda”. O lugar também funciona como sede da Associação de Agricultoras das comunidades de Arrombados, Açude de Pedra, Angico, Eixo Grande e Quatis e é uma espécie de centro cultural da região. Acontecem por lá, oficinas de estandartes, encontros de cavalo marinho, ensaios de quadrilha organizados pelos moradores.
Um palco, um som, três microfones. Quatro grupos de Coco de Roda. Um ganzá, um bombo. Um canta e outro responde. E está feita a composição do conjunto. Os Mestres Bio Caboclo, Zito Tetê, Pita e Borges Lucas cantaram Coco.
Mais de 400 pessoas passaram por lá. Vindo de moto, de bicicleta, a cavalo ou a pé. Gente de todas as idades, em dança circular por horas seguidas, fazendo os passos característicos do Coco. Batendo o pé no chão, suando, cantando felizes. “O povo aqui é muito participativo. A gente sabe que o povo está gostando, porque está todo mundo rindo, dançando sem parar.” disse o produtor cultural do evento, Wellington Silva.
Os artistas também expressaram sua satisfação. Segundo Mestre Pita, “foi muito boa essa oportunidade. Antes a gente só cantava longe e mesmo assim tinha que ter influência e muito contato, não dava pra todo mundo”.
“É uma alternativa muito boa do governo, faz o povo se sentir feliz, faz aparecer artista novo”, disse Bio Caboclo, que na oportunidade aproveitou para vender dezenas dos seus discos. Borges Lucas complementou: “aqui, a gente está sendo bem remunerado”.
Já Manoelzinho Salu, presidente de Associação de Maracatus de Baque Solto, falou do impacto de uma ação de Governo do Estado com essa ação. “O fato dos artistas tocarem aqui no Terreiro, perto do povo deles, os valoriza como artistas perante a comunidade e fortalece a tradição, chamando a atenção dos jovens para a cultura popular”, afirmou.